Pressão no trabalho, problemas no trânsito, saudades da família e poucos cuidados com a saúde são fatores que desencadeiam o estresse em caminhoneiros. Doença é uma inimiga silenciosa dos profissionais
Cansaço, dores musculares, ansiedade, raiva, irritabilidade, nervosismo acentuado, insônia, dor discreta no peito, palpitações, indisposição gástrica, nó na garganta e diminuição da libido. Se você está sentido alguns desses males, o estresse por estar lhe acometendo.
Atualmente, não vivemos mais o ciclo do estresse saudável e falta à sociedade a educação das emoções, pois normalmente não nos consideramos estressados e achamos que vamos dar conta de tudo. Contudo, ao passar por cima de nossos limites, pagamos caro.
No caso dos profissionais do transporte rodoviário de cargas, a rotina ao volante somada aos problemas pessoais, noites mal dormidas e a pressão para cumprir prazos de entrega podem desencadear níveis de estresse crônicos. É nesse estágio que surge a depressão e para muitos o início do constante consumo de bebida alcoólica, tabaco (cigarros) e drogas, uma combinação perigosa para a saúde do carreteiro e de outras pessoas que podem ser vítimas de algum acidente nas estradas.
De frente com o problema

Especialista em psicologia clínica, ele ressalta que, apesar de sofrerem de estresse, os caminhoneiros não procuram ajuda médica. “Esse perfil de paciente costuma ser encaminhado em circunstâncias delicadas, normalmente por um médico que, cuidadosamente, já realizou vários exames incapazes de precisar uma causa orgânica para fenômenos posteriormente associados ao estresse.” Dores inexplicáveis e que mudam de lugar, insônia, queda de cabelo e lesões dermatológicas são alguns dos fenômenos orgânicos causados por estresse.
Para tratamento, há duas vertentes: a psicoterapia em direção à cura e a medicação psiquiátrica. O primeiro método oferece condições para levantar as causas, efeitos, responsabilidades e elementos que contextualizam o paciente em seu quadro. Já a medicação, nos casos de estresse e ansiedade, é administrada no sentido de reequilibrá-lo mentalmente, pois a pessoa costuma chegar esgotada e como se estivesse viciada a pensar em problemas.
Porém, o Psicólogo Allan Gonçalves alerta para o uso indiscriminado de remédios. Ele acredita que os medicamentos devem ser reservados a casos mais graves. “Para toda medicação, sobretudo a psiquiátrica, existe impetuosa colateralidade e, por isso, recomendo-a em situações extremas, pois o ‘preço’ que se paga é equivalente ao alívio oferecido.”
Não fuja
Muitas pessoas recorrem à bebida, cigarro e outros vícios para tratar o estresse. E, com certeza, esses não são os caminhos. “Têm a função de escape, que oferecerem sensações temporárias de relaxamento. Contudo, são elementos nocivos à saúde que, normalmente, a longo prazo, trazem consequências ainda mais estressantes ao organismo. A droga age por meio de funções neurotransmissoras e dá a sensação efêmera de prazer, o que pode complicar ainda mais o quadro de estresse do paciente”, alerta o Psicólogo.
Ele enfatiza que o estresse aumenta a produção do hormônio cortisol, produzido pela glândula suprarrenal, o que pode elevar os níveis de açúcares no sangue, assim como a pressão arterial. O alto nível desse hormônio pode também suprimir o sistema imunológico, tornando o paciente susceptível a várias doenças. A leucopenia (baixa dos glóbulos brancos) é um sinal comumente apresentado por pacientes sujeitos a constante e alto nível de estresse. “O estresse em excesso causa principalmente o desequilíbrio do organismo, o que pode levar ao desencadeamento das doenças que o paciente já tem uma predisposição genética.”
Por isso, o especialista recomenda que, ao notar sinais citados nesta matéria, a pessoa pode marcar uma avaliação com um psicólogo competente e, com isso, evitar ou tratar problemáticas antes que tragam consequências ainda mais inconvenientes.

Revista EntreVias Ano VIII . Nº 89 . Junho de 2011
Excelente entrevista, o alerta ao mal do século é fundamental para todos. A questão do estresse muitas vezes nos passa desapercebido e suas consequências são avassaladoras, devemos nos cuidar enquanto é tempo e tomar as medidas necessárias contando com apoio psicológico de qualidade. Parabéns!
ResponderExcluirA Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário da futura engenheira Heidenreich.
ResponderExcluirParabens Allan! Artigo muito bom, e eu ainda preciso aprender muito sobre como lidar com o estresse no trabalho. Espero que a sua mensagem plante na pessoas um sinal de alerta, e que deixem de lado as pre-concepcoes e preconceitos com relacao ao estresse.
ResponderExcluirAbracao,
Alex
A Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário de Alex.
ResponderExcluirParabéns pela entrevista! O estresse, na maioria das vezes, é ignorado e por isso pode causar danos ainda maiores do que se déssemos o real cuidado para com nosso corpo. O desgaste além de físico é psicológico e por isso, devemos dar uma atenção especial para os sinais (citados acima) para que este, não cause consequências ainda mais devastadoras à nossa saúde mental e física.
ResponderExcluirA Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário da futura engenheira Laísa e confirma seu aumento de pontos em função de sua primeira participação.
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