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terça-feira, 28 de junho de 2011

Mal do século

Pressão no trabalho, problemas no trânsito, saudades da família e poucos cuidados com a saúde são fatores que desencadeiam o estresse em caminhoneiros. Doença é uma inimiga silenciosa dos profissionais

Cansaço, dores musculares, ansiedade, raiva, irritabilidade, nervosismo acentuado, insônia, dor discreta no peito, palpitações, indisposição gástrica, nó na garganta e diminuição da libido. Se você está sentido alguns desses males, o estresse por estar lhe acometendo.
Por muitos anos, essa perturbação da saúde foi desprezada. No mundo moderno, pode parecer simples, algo contornável e muitas vezes ignorado por muitos caminhoneiros, mas o estresse pode ser um grande inimigo da profissão. A ameaça é silenciosa e lentamente transforma os hábitos. Hoje, ele é um dos causadores da depressão, que em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde, será a principal causa de incapacidade no mundo.
Atualmente, não vivemos mais o ciclo do estresse saudável e falta à sociedade a educação das emoções, pois normalmente não nos consideramos estressados e achamos que vamos dar conta de tudo. Contudo, ao passar por cima de nossos limites, pagamos caro.
No caso dos profissionais do transporte rodoviário de cargas, a rotina ao volante somada aos problemas pessoais, noites mal dormidas e a pressão para cumprir prazos de entrega podem desencadear níveis de estresse crônicos. É nesse estágio que surge a depressão e para muitos o início do constante consumo de bebida alcoólica, tabaco (cigarros) e drogas, uma combinação perigosa para a saúde do carreteiro e de outras pessoas que podem ser vítimas de algum acidente nas estradas.

De frente com o problema

“Excesso de trabalho, uma rotina dura, sem tempo reservado para atividades prazerosas e traumas ainda têm sido as principais causas do estresse, além de doenças crônicas e dores constantes. Essas questões tornam o quadro do paciente muito complexo e confuso de diagnosticar corretamente para alguns profissionais menos experientes ou atentos, pois consiste em diferenciar as doenças e identificar as causas”, explica o psicólogo Allan Moura Oliveira Gonçalves, que atua na clínica Naruna.
Especialista em psicologia clínica, ele ressalta que, apesar de sofrerem de estresse, os caminhoneiros não procuram ajuda médica. “Esse perfil de paciente costuma ser encaminhado em circunstâncias delicadas, normalmente por um médico que, cuidadosamente, já realizou vários exames incapazes de precisar uma causa orgânica para fenômenos posteriormente associados ao estresse.” Dores inexplicáveis e que mudam de lugar, insônia, queda de cabelo e lesões dermatológicas são alguns dos fenômenos orgânicos causados por estresse.
Para tratamento, há duas vertentes: a psicoterapia em direção à cura e a medicação psiquiátrica. O primeiro método oferece condições para levantar as causas, efeitos, responsabilidades e elementos que contextualizam o paciente em seu quadro.  Já a medicação, nos casos de estresse e ansiedade, é administrada no sentido de reequilibrá-lo mentalmente, pois a pessoa costuma chegar esgotada e como se estivesse viciada a pensar em problemas.
Porém, o Psicólogo Allan Gonçalves alerta para o uso indiscriminado de remédios. Ele acredita que os medicamentos devem ser reservados a casos mais graves. “Para toda medicação, sobretudo a psiquiátrica, existe impetuosa colateralidade e, por isso, recomendo-a em situações extremas, pois o ‘preço’ que se paga é equivalente ao alívio oferecido.”

Não fuja

Muitas pessoas recorrem à bebida, cigarro e outros vícios para tratar o estresse. E, com certeza, esses não são os caminhos. “Têm a função de escape, que oferecerem sensações temporárias de relaxamento. Contudo, são elementos nocivos à saúde que, normalmente, a longo prazo, trazem consequências ainda mais estressantes ao organismo. A droga age por meio de funções neurotransmissoras e dá a sensação efêmera de prazer, o que pode complicar ainda mais o quadro de estresse do paciente”, alerta o Psicólogo.
Ele enfatiza que o estresse aumenta a produção do hormônio cortisol, produzido pela glândula suprarrenal, o que pode elevar os níveis de açúcares no sangue, assim como a pressão arterial. O alto nível desse hormônio pode também suprimir o sistema imunológico, tornando o paciente susceptível a várias doenças. A leucopenia (baixa dos glóbulos brancos) é um sinal comumente apresentado por pacientes sujeitos a constante e alto nível de estresse. “O estresse em excesso causa principalmente o desequilíbrio do organismo, o que pode levar ao desencadeamento das doenças que o paciente já tem uma predisposição genética.”
Por isso, o especialista recomenda que, ao notar sinais citados nesta matéria, a pessoa pode marcar uma avaliação com um psicólogo competente e, com isso, evitar ou tratar problemáticas antes que tragam consequências ainda mais inconvenientes. 
“Em particular, aos que trabalham muito e se julgam fortes, emocionalmente imunes a um quadro como o que fora aqui discutido, gostaria de asseverar que o corpo nem sempre é tão invulnerável ao estresse quanto pensamos e que maus hábitos também desencadeiam, em longo prazo, quadros psicológicos com determinada gravidade. Ainda existe muito preconceito, sobretudo por parte dos homens, em cuidar da própria saúde. Não peço que homens trabalhadores e ambiciosos interrompam suas atividades para iniciarem um tratamento psicológico desnecessário. Peço apenas que esses ‘super-homens’ sejam mais cuidadosos consigo para que possam viver melhor, por mais tempo e com menos prepotência em relação à própria saúde. Os preços da negligência são tardios, na maioria das vezes, porém impetuosos e cruéis.”





Revista EntreVias Ano VIII . Nº 89 . Junho de 2011

6 comentários:

  1. Excelente entrevista, o alerta ao mal do século é fundamental para todos. A questão do estresse muitas vezes nos passa desapercebido e suas consequências são avassaladoras, devemos nos cuidar enquanto é tempo e tomar as medidas necessárias contando com apoio psicológico de qualidade. Parabéns!

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  2. A Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário da futura engenheira Heidenreich.

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  3. Parabens Allan! Artigo muito bom, e eu ainda preciso aprender muito sobre como lidar com o estresse no trabalho. Espero que a sua mensagem plante na pessoas um sinal de alerta, e que deixem de lado as pre-concepcoes e preconceitos com relacao ao estresse.

    Abracao,
    Alex

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  4. A Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário de Alex.

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  5. Parabéns pela entrevista! O estresse, na maioria das vezes, é ignorado e por isso pode causar danos ainda maiores do que se déssemos o real cuidado para com nosso corpo. O desgaste além de físico é psicológico e por isso, devemos dar uma atenção especial para os sinais (citados acima) para que este, não cause consequências ainda mais devastadoras à nossa saúde mental e física.

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  6. A Naruna Medicina Estética agradece pelo comentário da futura engenheira Laísa e confirma seu aumento de pontos em função de sua primeira participação.

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