Se pudéssemos situar o discurso da Medicina Estética ao viés de Foucault (1970) não ne
garíamos que esse tem uma influência performativa. As condições discursivas contemporâneas continuam a determinar os parâmetros estéticos e podem ser sim alienantes, sobretudo se considerarmos a esfera do verdadeiro desejo do sujeito dessa clínica. Entretanto, o que parece não entrar em questão são os efeitos positivos que a estética pode oferecer quando o sujeito os conjuga com seu desejo de bem estar. Querer algo comum não é necessariamente não saber o que se quer. Sabemos que a proliferação da alienação midiática é cheia de excessos e oferece espaço para uma fixação representacional estética que os lacanianos ortodoxos da segunda clínica chamariam de puro gozo. Desejo e demanda são sim estatutos dessemelhantes, sobretudo se a demanda de amor é sintoma, sintoma que retorna e aliena. Pode-se sim haver demanda de amor pelo que parece ser, e é inegável que aí poder-se-ia localizar a aniquilação subjetiva que reside no outorgar estético.
Entretanto, a questão não se resume a uma análise pseudo-cultural que coloca a estrutura da linguagem como uma topografia isolada, determinante e a equivaler a estética como pura metáfora do não-saber. Os resultados de um tratamento estético, orientado pela ética médica, podem ser conjugados com o desejo genuíno do paciente de sentir-se bem, afinal a verdade de seu desejo se inscreve em um código que não pode ser tomado de maneira precipitada e generalista.
O lugar da Psicologia/Psicanálise é, sobretudo, o lugar de trabalho para aquilo que escapa a estética e é por isso que essa parceria se faz necessária. A níveis topográficos, ou até mesmo se considerarmos campos epistemológicos distinto
s, poderemos perceber que um problema nem sempre é isolado e pode ser muitas vezes um sintoma estético de causa psíquica, porém o que precisa ser localizado é o cerco em que um saber deve atuar e a que o outro deve oferecer morada. O importante é saber que há furo na conjectura do discurso estético e que o que escapa, o que é de outra ordem, pode ser localizado nessa clínica e encaminhado ao devido tratamento. O gozo - conceito de Lacan/1969-1970 - se “interrompe” a partir do momento em que em uma equipe há a dimensão ética de oferecer caminhos a aquilo que precisa ser tratado. Não obstante, o que deve ser ressaltado é que há possibilidades de um trabalho concomitante e que a Ética Clínica ultrapassa a alienação que os mais precipitados acusariam.
Texto Escrito por Allan Gonçalves - Especialista em Psicologia Clínica.


Entretanto, a questão não se resume a uma análise pseudo-cultural que coloca a estrutura da linguagem como uma topografia isolada, determinante e a equivaler a estética como pura metáfora do não-saber. Os resultados de um tratamento estético, orientado pela ética médica, podem ser conjugados com o desejo genuíno do paciente de sentir-se bem, afinal a verdade de seu desejo se inscreve em um código que não pode ser tomado de maneira precipitada e generalista.
O lugar da Psicologia/Psicanálise é, sobretudo, o lugar de trabalho para aquilo que escapa a estética e é por isso que essa parceria se faz necessária. A níveis topográficos, ou até mesmo se considerarmos campos epistemológicos distinto
Texto Escrito por Allan Gonçalves - Especialista em Psicologia Clínica.
Parabéns a Naruna pelo Blog, pelo excelente quadro de profissionais!
ResponderExcluirParabéns a você Allan pelo texto, como sempre trazendo a nos leitores valiosas informações!
Um grande Abraço!
Obrigado Mayara a equipe Naruna agradece pelo apoio.
ResponderExcluirAcredito que bem estar é primordial,e a cirurgia plástica proporciona isso a várias pessoas,mas a busca excessiva pelo corpo perfeito está a cada dia mais comum,tornando-se em muitos casos,uma obcessão.Super importante essa parceria,medicina estética e psicologia/psicanálise...parabéns a Naruna pelo blog e ao Allan, mais uma vez pelo texto excepcional.
ResponderExcluirBjão
Paula Seabra
Obrigado Paula Seabra pela pertinência do comentário. Bem=vinda ao Blog da Naruna Medicina Estética.
ResponderExcluirAcredito que o tratamento estético contribui para a percepção e descodificação da auto-imagem. Por muitas vezes o necessario de confunde com um desejo influeciávil. Portanto a presença de um profissional da psicologia/psicanálise é essencil ao mesmo.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário Túlio. A equipen Naruna agradece a colaboração.
ResponderExcluirAgradeço a todos pela consideração. Atenciosamente, Allan G.
ResponderExcluirParabéns Allan pelo texto excelente.
ResponderExcluirO bem estar é primordial, e a Medicina Estética proporciona isso as pessoas.
"Mente sã - Corpo sadio"
O sentido original dessa frase proferida a séculos preconiza que há a necessidade de se estar com o espírito em equilibrio para que i corpo também esteja equilibrado. Isso quer dizer que temos a capacidade de transmutar doença em saúde naturalmente se equilibrarmos nosso eu interno, a mente e as emoções.
Diogo Alves
A Naruna agradece a Diogo Alves pela colaboração e o conteúdo de seu comentário.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho pleno da clínica Naruna para proporcionar bem estar aos seus clientes.
ResponderExcluirSer feliz é essencial.
Um abraço, Lucas R. Barbosa.
A Naruna agradece a Lucas Barbosa pela colaboração e seu comentário.
ResponderExcluirParabéns Allan pelo texto, penso que a cirúrgia plástica tem muito a oferecer para pessoas que vivem seus conflitos por algo que não está perfeito no seu corpo, e a psicológia/psicanálise também tem que estar junto desses pacientes.
ResponderExcluirA Clínica Naruna Medicina Estética agradece a Torá pelo comentário e apoio.
ResponderExcluirEssencial a presença de um psicólogo na equipe, principalmente um tão talentoso!
ResponderExcluirA Naruna Medicina Estética não se responsabiliza pelos comentários anônimos, porém somos gratos aos elogios postados.
ResponderExcluirPrimeiro colocarei meus aplausos para o brilhante texto. Certo que nossa sociedade tem emplacado a estética e a beleze como produtos, o que fere não apenas biologia de cada ser humano. O tratamente estético deve, além da real necessidade do paciente, trazer novamente este par ao controle de si próprio para a plena felicidade. Parabéns a clinica, parabéns Allan.
ResponderExcluirA Naruna Medicina Estética agradece ao Professor Rafael Lanza pela participação e expressão de seu ponto de vista.
ResponderExcluirConcordo com o comentário anônimo:
ResponderExcluir"Essencial a presença de um psicólogo na equipe."
Allan, parabéns pelo texto, bem interessante! Você redige muito bem!
Visitarei aqui sempre que puder...
A Naruna Medicina Estética agradece à Denise por seus elogios e apoio.
ResponderExcluir"Querer algo comum não é necessariamente não saber o que se quer."
ResponderExcluireu realmente gostei dessa frase. É muito bom encontrar pessoas, principalmente profissionais da saúde, pensando a proposta de seu trabalho.
Parabéns.
A Naruna Medicinan Estética agradece a Nádia Paiva (Wise UP) pelo seu comentário.
ResponderExcluirConfesso estar surpreso com o conteúdo do texto Allan, e como disse “wiseup” é bom saber que ainda existem profissionais que exercem suas respectivas profissões cognitivamente.
ResponderExcluirEntretanto ao dizer que “Querer algo comum não é necessariamente não saber o que se quer.”, ao meu ver você cria vias dicotômicas e que devem ser sublinhadas, pois a apreensão de benefícios que venham da aliança da medicina estética com a psicologia/psicanálise, ainda se restringe a um seleto publico “brasileiro”, e ai a pergunta é! O que fazer com os outros milhões quem também buscam cânones da beleza, e que nunca iram alcançar um estado de equilíbrio entre busca e conquista!?
A Naruna Medicina Estética agradece a Gilson R. por seu comentário.
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